No balanço de quarta-feira (24/2), a Secretaria de Estado de Saúde registrou 291 novos casos de coronavírus em 24 horas, chegando a um total de 55.881, dos quais 25.182 estão concentrados na capital, Rio Branco. No mesmo período, foram confirmadas duas mortes, o que elevou para 975 o registro de óbitos desde o início da pandemia.
A situação no Distrito Federal também é preocupante. Segundo números da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), 92,89% das UTIs da rede pública estão ocupadas, 157 leitos num total de 169 destinados a pacientes adultos com COVID-19.
O governo do DF calcula que cerca de 25% das internações por COVID no seu território são provenientes de cidades goianas vizinhas de Brasília, em que novas cepas do coronavírus foram identificadas. O governador Ibaneis Rocha (MDB) cobrou do governo de Goiás a abertura de leitos nas cidades do entorno do DF para aliviar a pressão. Rocha também ameaçou fechar fronteiras com as cidades goianas.
Mas Goiás vive uma situação mais grave que a do DF. De acordo com o painel de leitos do estado, atualizado na manhã de ontem, 95,38% das UTIs públicas destinadas ao tratamento de COVID-19 estão tomadas. Pelo menos 89 municípios decretaram estado de calamidade devido ao aumento significativo de casos da doença.
O Rio Grande do Sul, embora não tenha atingido a superlotação nos leitos do SUS em toda a dimensão do território (86,6%), vê a rede pública da capital, Porto Alegre, à beira da falência, com 96% dos leitos de UTI ocupados. Até quarta-feira, os leitos públicos de UTI em duas regiões gaúchas (Lajeado e de Novo Hamburgo) e todos os da rede privada estadual já haviam ultrapassado os 100% de ocupação. A média móvel de mortes no estado registrou alta de 53% em relação há duas semanas, indicativo de alta nos óbitos.
Situação em MG
A ocupação total de leitos de UTI em Minas está em 70,17%, mas algumas regiões e municípios observam disparadas nas internações. Na última semana, o número de casos da doença em Minas aumentou 4,5%, enquanto o total de óbitos cresceu 5,1%.
Em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro, o sistema hospitalar está em colapso, com 100% dos leitos ocupados. Em Uberlândia, segunda maior cidade mineira, e em Araguari, na mesma região, a proporção ocupada é de 90,38%, segundo a Secretaria de Saúde de Minas (SES-MG), que divulga a ocupação dos dois municípios somadas.
A região Central também vive momento de apreensão em relação à ocupação dos leitos de UTI destinados a pacientes com COVID-19. Segundo o painel de leitos da SES, 100% dos leitos de Betim e 95% de Ouro Preto estão tomados. A ocupação calculada para Belo Horizonte, Caeté e Nova Lima é de 82,35%.
O painel da SES aponta colapso na rede pública hospitalar de João Pinheiro e São Gotardo, na Região Noroeste, e em Além Paraíba, no Sudeste do estado. Em Nanuque, Região Nordeste, e em Ipatinga, no Vale do Aço, a ocupação dos leitos do SUS já supera os 90%.
O estado não informa a taxa específica de lotação dos leitos de COVID-19 da rede pública, apenas o total de vagas, independentemente da causa da internação.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) assinou uma medida provisória (MP) na quarta-feira liberando R$ 2,8 bilhões para o Ministério da Saúde. A verba será usada principalmente para ampliar a quantidade de leitos de UTI contra a COVID-19.