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Saúde Vacinação

Mais de 96% das cidades mineiras não têm estoque de CoronaVac para segunda dose

De acordo com levantamento da SES-MG, há necessidade de 371.898 unidades para cobrir esquema com duas doses da vacina contra Covid fabricada pelo Instituto Butantan.

06/05/2021 às 16h58
Por: Adriano Vianini Fonte: O Tempo
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Próxima remessa de CoronaVac não será suficiente para cobrir demanda. Foto: LILLIAN SUWANRUMPHA / AFP
Próxima remessa de CoronaVac não será suficiente para cobrir demanda. Foto: LILLIAN SUWANRUMPHA / AFP

Entre os 857 municípios mineiros, 830 não têm mais estoques de Coronavac para a aplicação da segunda dose, ou seja, 96,8% das cidades do Estado. O levantamento foi realizado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que enviou aos municípios o formulário para preenchimento referente ao quantitativo de doses necessárias para completar o esquema vacinal.

Segundo a pasta, foi identificada uma necessidade para cobrir esquema com duas doses da vacina contra Covid de 371.898 unidades. Somente em Belo Horizonte, são necessárias quase 80 mil doses para completar a imunização de idosos e profissionais de saúde.

Para pressionar o Ministério da Saúde, o Governo de Minas irá enviar ofício ao Programa Nacional de Imunização (PNI), solicitando recomposição dos imunizantes relativos à segunda dose para os municípios afetados.

A SES-MG afirmou instrui os municípios sobre a aplicação das vacinas conforme a orientação do Ministério da Saúde. O problema é que a própria pasta incentivou os municípios a não mais estocarem imunizantes, deixando confusa qual era a verdadeira orientação sobre o estoque da segunda dose.

No início da vacinação contra a Covid, em janeiro, a orientação era clara: o município devia guardar metade das doses recebidas de Coronavac para a aplicação da segunda etapa da imunização, entre 14 e 28 dias após a primeira.

Em março, o ministério orientou as prefeituras a usar todo o estoque, sem se preocupar com a segunda dose. Poucos dias depois, mudou a orientação novamente, pedindo que as vacinas voltassem a ser estocadas, mas muitas prefeituras em todo o país deixaram de guardar os imunizantes, para poder acelerar a vacinação da população.

A Coronavac não chegou aos municípios da maneira esperada porque houve atraso na chegada de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) ao Instituto Butantan, fabricante no Brasil da vacina desenvolvida na China.

A instituição afirma que já cumpriu o primeiro contrato com o Governo Federal, entregando 46 milhões de doses. Nesta quarta-feira, o Butantan enviou a primeira remessa do segundo contrato – 1 milhão das 54 milhões de doses que devem ser entregues até agosto.

Se 10% dessas unidades de Coronavac forem enviadas a Minas – considerando a proporção populacional – faltarão ainda mais de 270 mil doses para completar a imunização de quem aguarda a segunda aplicação no Estado.

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